O coração do presépio
23 de Dezembro de 2023Sinais de esperança
30 de Dezembro de 2023SAGRADA FAMÍLIA, ANO B
Um homem e uma mulher, já idosos, movidos pelo Espírito Santo, percebem no Menino recém-nascido o Messias esperado, a salvação prometida a todas as pessoas. Façamos nosso o espanto de Maria e de José ao agradecer tão grande dom.
“Teus filhos serão como ramos de oliveira”
O nosso olhar continua voltado para as personagens centrais do presépio. Contemplamos a Sagrada Família: Jesus, José e Maria. O Deus que entrou na nossa história, ao assumir a carne humana, o Emanuel, Deus connosco, nasceu e cresceu no seio de uma família.
Quarenta dias se passaram, desde o nascimento de Jesus, num espaço improvisado em Belém. É o primeiro filho, com tudo o que isso acarreta: um misto de alegria e de angústia, uma mistura paradoxal de preocupações e de entusiasmo. Deram-lhe o nome Jesus: através dele todos vão receber o dom da salvação.
Naquele dia, através daquela cerimónia no templo de Jerusalém, os pais reconhecem que o filho é um presente de Deus e não uma propriedade deles. Cada filho é uma dádiva e o primogénito é quem traz a novidade da bondade divina, que se torna visível na geração dos filhos. Um dom a ser acolhido com alegria e gratidão, confiados aos cuidados de um pai e de uma mãe, os filhos são «um sinal de plenitude da família na continuidade da mesma história de salvação, de geração em geração» (Papa Francisco, Exortação Apostólica sobre o amor na família, 14).
Os filhos ao redor da mesa familiar, canta o salmista, são «como ramos de oliveira», explica o Papa, estão «cheios de energia e vitalidade. Se os pais são como os alicerces da casa, os filhos constituem as ‘pedras vivas’ da família». Ao redor da mesa, pais e filhos edificam «uma casa que abriga no seu interior a presença de Deus, a oração comum e, por conseguinte, a bênção do Senhor».
José, o guardião
A festa da Sagrada Família ajuda-nos a viver em família, com esperança e confiança. Com a nossa atenção voltada para o Menino, Maria e José, aprendemos a cultivar o amor, a experimentar que cada um é para o outro uma bênção de Deus. Um gesto simples como fazer juntos o Sinal da Cruz e/ou introduzir uma breve oração antes das refeições são formas de tornar visível e concreta a presença de Deus, no seio da família.
Vamos ao presépio, coloquemo-nos com Maria e José, ao redor da manjedoura. Ao lado de Maria, recorda o Papa, na Carta Apostólica sobre o significado e o valor do Presépio, está José, «em atitude de quem protege o Menino e sua mãe». Com um bordão na mão ou com uma lanterna, José «é o guardião que nunca se cansa de proteger a sua família. […] José trazia no coração o grande mistério que envolvia Maria, sua esposa, e Jesus; homem justo que era, sempre se entregou à vontade de Deus e pô-la em prática».
A missão dos pais cumpre-se com o passar dos dias, à medida que o Menino cresce em sabedoria e graça. Hoje, nas atitudes e no compromisso, no amor e na gratidão, os pais são convidados a fazer da família uma centelha da Sagrada Família, para enfrentar as provações e as alegrias com a mesma confiança.