Os mesmos sentimentos que havia em Cristo
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26 de Setembro de 2020VIGÉSIMO SEXTO DOMINGO, ANO A
Há momentos em que dizemos ‘sim’ com os lábios, mas o coração fica preso ao ‘não’. Para Deus, a sinceridade do coração é mais decisiva do que as discordâncias, quando existe disponibilidade para seguir os seus caminhos.
‘Os mesmos sentimentos que havia em Cristo’
Existem discordâncias em todas as comunidades. Importa não agir por orgulho ou rivalidade, mas procurar ‘a união que faz a diferença’. O modelo é sempre Jesus Cristo, como repete a Carta aos Filipenses: «os mesmos sentimentos que havia em Cristo».
Exemplo desses sentimentos são a humildade do despojamento, a capacidade de vencer o orgulho e a inveja, lutar contra a murmuração, dispor-se a servir a todos, com alegria.
‘Qual dos dois fez a vontade ao pai?’
A parábola confirma anteriores ensinamentos (cf. Mateus 7, 21): «Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus».
Uma coisa é dizer e outra fazer. O ‘sim’ das palavras tem de estar associado ao ‘sim’ das ações. Ecoa com estrondo a pergunta de Jesus Cristo: «Qual dos dois fez a vontade ao pai?».
Quantas pessoas falam, criticam, dizem-se mais honestas do que todos, e pouco ou nada fazem em coerência, enquanto outras protestam, ficam chateadas, mas logo estão disponíveis para trabalhar em prol da comunidade!
O amor a Deus não se confirma em meros ritos externos, cumprir normas, mas na conversão do coração. Estejamos atentos para não reduzir a nossa fé a um ‘sim’ de culto vazio, de práticas piedosas e devocionais sem tradução na prática do mandamento do amor. Seremos reconhecidos como discípulos quando vivermos em união dentro da comunidade.
Deus fez-nos e quer-nos livres. E aguarda a nossa responsabilidade na resposta. Está em nós escolher um caminho de relação, de abertura aos outros, da oferta do perdão, de tudo o que favorece a união, ou então um caminho que nos afasta dos outros e destrói a comunidade.
Tenhamos consciência de que nada é parcial: cada palavra e cada ação que dizemos e fazemos favorece (ou prejudica) ‘a união que faz a diferença’.
A concluir esta ‘série’ façamos um sério exame de consciência sobre as nossas atitudes e comportamentos. Na minha vida, predominam as boas intenções ou a correção fraterna e o perdão? Como me posso comprometer para melhorar a comunidade paroquial?
Humildade e alegria
A humildade e a alegria enchem a vida pessoal e comunitária com o bom odor do Evangelho de Jesus Cristo. Estas duas atitudes completam aqueloutras do amor e do perdão, da ternura e da misericórdia, todas elas essenciais para a harmonia de uma comunidade cristã.
A humildade e a alegria não são emoções passageiras, próprias apenas de um determinado momento. Elas habitam a pessoa, pois nascem do encontro com Deus e da relação com os outros. São antídotos contra a inveja e a murmuração. Elas ajudam a encarar a vida com o bom humor característico dos santos e aumentam em nós a capacidade de amar e perdoar.
Assim, sim, construímos uma comunidade digna de Jesus Cristo!