Benevolência fora do comum
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23 de Janeiro de 2020A fé refere-se ao não evidente e, portanto, não se pode impor, o que não significa que não seja segura. O cego que vai bem acompanhado não vê, mas caminha seguro; confia em não tropeçar pelo caminho e em alcançar a meta. Isso é o que acontece ao crente: muitas vezes, avança por caminhos pouco claros, mas reconhece-se guiado pela Palavra de Deus acolhida na fé e, assim, caminha com firmeza «como se visse o invisível».
FÉ CRISTÃ
Uma adesão firme e convicta ao Senhor Jesus Cristo, ao mesmo tempo, compreensiva com aqueles que não tiveram a sorte e a alegria de o conhecer: assim é a fé cristã.
A fé refere-se ao que não se vê. Não é possível mostrar o Ressuscitado como se faz com as realidades e pessoas deste mundo. Podemos encontrá-lo, mas sempre através de mediações, de sacramentos.
As mediações podem ser interpretadas de modos diversos. Para encontrar Cristo nos sacramentos, é preciso um ato de confiança e transcender o sinal sacramental. E nem todos estão dispostos nem capacitados para o fazer.
Quando Jesus estava na terra e anunciava o Reino de Deus, também não era evidente que Deus atuava por meio dele. As pessoas viam um homem. A sua atuação podia-se entender de muitas maneiras: uns descobriam nele um profeta enviado por Deus; outros diziam que quem agia por meio dele era, nem mais nem menos, o próprio Satanás.
A presença de Deus nunca é uma evidência. Só a partir da fé e da confiança podemos ir mais além da humanidade de Jesus, para alcançar, nessa humanidade, a divindade.
A fé refere-se ao não evidente e, portanto, não se pode impor, o que não significa que não seja segura. O cego que vai bem acompanhado não vê, mas caminha seguro; confia em não tropeçar pelo caminho e em alcançar a meta. Isso é o que acontece ao crente: muitas vezes, avança por caminhos pouco claros, mas reconhece-se guiado pela Palavra de Deus acolhida na fé e, assim, caminha com firmeza «como se visse o invisível» (Hebreus 11, 27).
Seguro da sua fé, o crente mostra-se tranquilo quando tem que a expor e defender. Não se irrita perante quem a questiona, seja porque não a conhece, seja porque a despreza. Nenhuma pessoa sensata se irrita perante alguém que nega que dois e dois são quatro! A segurança de uma convicção não depende da intransigência com que se defende.
A firmeza, a segurança, a força, a convicção da fé, não se manifesta à base de atitudes intransigentes ou intolerantes. Precisamente, estas atitudes apenas manifestam debilidade e medo.
A fé não se impõe. A imposição destrói a fé. Nisto, assemelha-se ao amor. Não há amor à força.
A força da fé torna-a livre, compreensiva, acolhedora, porque o seu clima natural é o amor.