Segundo Domingo, Ano B
16 de Janeiro de 2021Permanecer para dar fruto
19 de Janeiro de 2021SEGUNDO DOMINGO, ANO B
A missão do Mestre desperta a vocação dos (futuros) discípulos. «Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia». Deus toma a iniciativa. Mas o consentimento é essencial, porque a resposta precisa de ser livre e assumida.
‘Que procurais?’
O discipulado nasce de um encontro! Um encontro com uma pessoa, não com uma doutrina ou um livro, um lugar sagrado ou um rol de dogmas. Desse encontro, surge a curiosidade que se transforma em amizade, disponibilidade para estar juntos, ficar na companhia do Mestre.
As primeiras palavras de Jesus Cristo, no evangelho segundo João, têm a forma de uma pergunta: «Que procurais?». Uma pergunta que, mais tarde, ao iniciar o discipulado pascal, o Ressuscitado repete a Maria Madalena: «A quem procuras?» (João 20, 15).
A pergunta abre o caminho que envolve cada um de nós, desde aquele primeiro encontro ao encontro pascal com Maria Madalena. E chega a nós com a mesma força e intensidade: «Que procurais?».
Os dois amigos de João Batista querem saber onde mora, respondem com outra pergunta, o que denota interesse, a tal curiosidade necessária para dar início a uma amizade.
Jesus Cristo lança-lhes um convite: «Vinde ver». Chama-os a conhecer o seu estilo de vida e, assim, iniciar um novo relacionamento: o discipulado. Não propõe uma relação de tipo intelectual, como tirar umas notas e ir-se a pensar nelas. A amizade é a base do discipulado cristão, ontem e hoje. Convida a ir ver para ficar, não um ‘ver’ passivo, mas a deixar-se gerar, abrir a possibilidade de uma mudança na maneira de ser e de estar no mundo.
Constatamos que é necessária uma mudança: da piedade e da devoção, do cumprimento de normas e da obrigação para o encontro e a relação pessoal, a amizade e o discipulado. É tempo de superar a mediocridade e querer iniciar o caminho!
André, depois dessa experiência de ter ficado com o Mestre, vai dar testemunho ao seu irmão; «e levou-o a Jesus».
A história dos primeiros discípulos é, afinal, a nossa história. Pensa na tua história de cristão, no modo como te tens relacionado com Jesus Cristo. Seja qual for o teu percurso, permite hoje que se torne numa história de encontro capaz de deixar uma marca no teu coração, capaz de mudar a tua vida. No momento certo, lhe dirás: «Mestre, onde moras?», ou seja, «Quero ficar contigo».
Ficar com o Mestre
«Que procurais?». Há perguntas que podem mudar a vida! Uma delas é a que Jesus Cristo dirigiu aos amigos de João Batista. São as primeiras palavras que o evangelista coloca na boca do Mestre.
A mesma interpelação dirige-se hoje a mim e a ti. Na normalidade da vida, Jesus Cristo vem ao nosso encontro e pergunta: «Que procurais?». De facto, é nos caminhos da existência quotidiana que o Mestre vem ao nosso encontro!
«É Jesus que toma a iniciativa. Quando tratamos algo com Ele a pergunta é sempre invertida: de interrogantes tornamo-nos interrogados, de ‘procuradores’ passamos a ‘procurados’» (João Paulo II).
Aqueles aprendizes de discípulos, «ficaram com Ele nesse dia». Qual é a tua decisão?