
Contemplar
31 de Julho de 2020
Décimo Oitavo Domingo, Ano A
1 de Agosto de 2020A felicidade não pode estar num único aspeto da vida ou numa situação ocasional, como o descanso das férias ou uma qualquer pausa na atividade laboral. O descanso é necessário, mas a sua finalidade não é garantir a felicidade. Uma coisa é certa: se não aprendermos a ser felizes na vida quotidiana, tampouco o seremos em tempo descanso e de férias.
TEMPO LIVRE
As férias são legítimas e necessárias. Proporcionam uma época de descanso, um tempo em que se faz uma pausa nas habituais atividades, sobretudo as que estão relacionadas com o trabalho remunerado ou com o estudo. Esses são dias mais propícios ao tempo livre.
Ser feliz é algo que desejamos e procuramos, de uma ou de outra forma, cada um à sua maneira. Todos ansiamos a alegria e usufruir boas sensações; e todos dispensamos a tristeza e tudo o que não nos é agradável.
A questão sobre as férias como forma de ser feliz é simples provocação para esta reflexão sobre os fundamentos e o sentido da felicidade.
Há desejos e experiências prazerosas que, a longo prazo, provocam exatamente o contrário, ou seja, conduzem ao tédio e à desgraça. Inclusive podem provocar graves danos ou mesmo a morte, quando, em diversos âmbitos, perdemos o controlo ao testar os nossos limites.
Saborear um copo de vinho é uma experiência agradável para muita gente. Procurar a sorte num bilhete da ‘raspadinha’ pode ser divertido. Estas e quaisquer outras experiências descambam em tragédia, quando se tornam uma dependência que domina a pessoa. O mesmo se pode aplicar ao tempo livre e até ao trabalho.
A felicidade não pode estar num único aspeto da vida ou numa situação ocasional, como o descanso das férias ou uma qualquer pausa na atividade laboral. O descanso é necessário, mas a sua finalidade não é garantir a felicidade.
Ser feliz é estar satisfeito em todas (ou, pelo menos, nas mais importantes) as dimensões da vida? E o que é para ti o essencial da vida?
O encontro com Deus é a alegria do coração humano e a plenitude de todas as nossas aspirações. Ora, a Deus, neste mundo, nunca o encontraremos de modo evidente e pleno. Ao mesmo tempo, é no dia a dia, em férias ou a trabalhar, que podemos desde já saborear esse encontro.
O cristão reconhece que a felicidade é um processo inacabado e para a alcançar em plenitude é preciso alargar os horizontes para além da realidade deste mundo e de um efémero prazer.
Uma coisa é certa: se não aprendermos a ser felizes na vida quotidiana, tampouco o seremos em tempo descanso e de férias.