Quarto Domingo da Quaresma, Ano A
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24 de Março de 2020Nós sabemos rezar muito bem, quando pedimos coisas e também quando agradecemos ao Senhor, mas a oração de louvor é um pouco mais difícil para nós: não é assim tão habitual louvarmos o Senhor. Aprendemos a louvar, quando fazemos memória das coisas que o Senhor fez na nossa vida. A memória agradecida faz-nos sentir uma grande alegria, torna-nos felizes diante do Senhor.
LOUVOR
Entre as diversas formas de oração, existe uma que nos ajuda a experimentar a ‘presença’ de Deus, quando nos centramos na essência divina. O único propósito é enaltecer o que Deus é, glorificar o ser de Deus. É a oração de louvor.
Um louvor é colocar em destaque uma determinada capacidade de alguém. Da mesma forma, louvar a Deus é ‘elogiar’ o seu ser. Uma atitude desinteressada que precisamos de pôr em prática, em especial, no início dos tempos de oração.
Diz o Papa Francisco, que «nós sabemos rezar muito bem, quando pedimos coisas e também quando agradecemos ao Senhor, mas a oração de louvor é um pouco mais difícil para nós: não é assim tão habitual louvarmos o Senhor».
Muitos exemplos se podem encontrar na Sagrada Escritura: o Salmo 147 começa com um convite a louvar o Senhor, «é agradável e justo louvar o nosso Deus»; e, no Salmo 148, todos são envolvidos: «Louvem todos o nome do Senhor».
A importância do louvor, uma oração «que nós habitualmente não fazemos muito», também se pode aprofundar com os primeiros versículos da Carta aos Efésios: «Bendito seja o Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que no alto do Céu nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo» (capítulo 1, versículo 3).
Aprendemos a louvar, «quando fazemos memória das coisas que o Senhor fez na nossa vida». A memória agradecida «faz-nos sentir uma grande alegria, torna-nos felizes diante do Senhor. Façamos um esforço por reencontrá-la!, mas o ponto de partida é recordarmo-nos — ‘fazer memória’ — da escolha feita por Deus».
Esse é o contexto da Carta aos Efésios: «Foi assim que Ele [Deus] nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis na sua presença, no amor» (versículo 4).
Apesar da dificuldade em compreender o sentido desta escolha «antes da fundação do mundo», o Papa é incisivo: «Esta é a verdade! Esta é a revelação! Se nós não cremos nisto não somos cristãos. Talvez estejamos impregnados de uma religiosidade teísta, mas não somos cristãos!».
O louvor precisa de ser colocados no centro da oração e da vida cristã. O crescimento espiritual acontece na mesma medida em que cresce dentro de nós a necessidade de louvar a Deus.