Louvar, bendizer e adorar
20 de Abril de 2024Sacramento do amor
4 de Maio de 2024QUINTO DOMINGO DE PÁSCOA, ANO B
Estamos no tempo pascal, celebramos a presença ativa do Ressuscitado, connosco e para sempre. Ele é a videira e nós os ramos. Jesus Cristo alimenta-nos com a Palavra e o Pão, a fim de nos capacitar a dar muitos frutos de boas obras.
“Permanecei em mim”
Depois dos relatos do encontro do Ressuscitado com os discípulos, nos três primeiros domingos, agora, pela boca do próprio, ficamos a saber quem é este Jesus de Nazaré que foi ressuscitado por Deus. Importa lembrar que, embora se refiram a palavras proferidas no tempo da vida pública, todos estes textos foram escritos depois da Páscoa. Agora, os discípulos já podem compreender as Escrituras!
Este grupo de três domingos, do quarto ao sexto, oferece-nos trechos do evangelho segundo João: o bom pastor (das ovelhas); a videira (à qual permanecem unidos os ramos); o amor (que dá vida e alegria aos amigos).
A verdadeira videira é o traço da identidade de Jesus Cristo; os ramos são a nossa identidade. «Eu sou a videira, vós os ramos». Aos ramos é-lhes recomendado que permaneçam unidos à videira. É a única possibilidade de darem fruto e não serem cortados, lançados fora até secarem, para depois serem queimados ao fogo.
Ele a videira, nós os ramos. «Permanecei em mim e Eu em vós». Ele e nós, uma única raiz e uma única seiva, somos a mesma planta, da qual há de brotar muito fruto. O verbo permanecer é central na identidade do cristão. A tradução da Conferência Episcopal Portuguesa, numa das notas ao texto, diz que o verbo original grego (ménō), que também se pode traduzir por habitar, «exprime a íntima união de Jesus com o Pai e com o Espírito Santo»; aplicada aos discípulos, a relação com o Mestre tem como referência a união íntima que alimenta as relações no seio de Deus.
Eucaristia, união íntima
Ser cristão é permanecer em união íntima com Jesus Cristo, é habitar o amor divino. Permanecer unido à videira é «tomar consciência de que há uma energia que corre em ti e provém de Deus, que nunca diminui, à qual podes sempre recorrer. Tu só tens de abrir caminhos, de abrir canais para essa seiva. […] Há um amor que sai das raízes do mundo, que te alcança e te atravessa» (Ermes Ronchi). Alimentado por esse amor, tornas-te fecundo, tens em ti a capacidade de dar muitos frutos.
A eucaristia atualiza a união íntima com Jesus. É o modo mais eficaz de permanecer em Cristo. Na eucaristia dominical, rezamos na oração de preparação do 5.º Congresso Eucarístico Nacional, somos saciados com os dons sagrados, o próprio Jesus Cristo reparte connosco o pão da vida.
Quando é autêntica, a eucaristia insere, nas feridas da nossa pobre existência, uma força vital, a própria vida divina. A união íntima com o Ressuscitado gera uma serenidade e uma coragem, que nos permite enfrentar todas as situações quotidianas, também as mais adversas, sem nos deixarmos dominar pela angústia ou pela ansiedade. Quando é autêntica, a eucaristia produz gestos, palavras, escolhas, atitudes, um estilo de vida que se alimenta da união íntima com Jesus Cristo.