Aprender a rezar
23 de Julho de 2019Nova cultura paroquial
30 de Julho de 2019O Papa Francisco caracteriza uma paróquia saudável pelo «sentido comunitário de gratidão, de apreço e de hospitalidade, que levem o idoso a sentir-se parte viva da sua comunidade». Se a gratidão desaparece torna-se uma comunidade «perversa», sem «alma». Um desafio da Renovação Inadiável prende-se com o aumento significativo das pessoas idosas.
GRATIDÃO
O tempo que passamos com os avós nunca é suficiente. Invade-nos uma nostalgia e arrependimento, quando olhamos para trás, e recordamos os momentos em que, da infância à juventude, saboreamos a presença dos avós. Uma palavra integra o nosso dicionário existencial: gratidão.
A Comissão Episcopal do Laicado e Família, na mensagem para o Dia dos Avós, regista «um amor incondicional que marca indelevelmente a vida». Os avós «acompanham, protegem, sossegam, ajudam, encorajam, enfim, educam e ajudam a preparar para a vida os seus netos, sendo, em muitos casos, a sua grande referência e o seu porto de abrigo».
Esse arrependimento pela falta de disponibilidade, física e mental, para estar com eles, ouvir as suas histórias, guardar o vocabulário dessas narrativas, é hoje superado pela gratidão, estejam ou não fisicamente junto de nós.
O Papa Francisco caracteriza uma paróquia saudável pelo «sentido comunitário de gratidão, de apreço e de hospitalidade, que levem o idoso a sentir-se parte viva da sua comunidade». Se a gratidão desaparece torna-se uma comunidade «perversa», sem «alma» (4 de março de 2015).
Um desafio da Renovação Inadiável prende-se com o aumento significativo das pessoas idosas. Sibilia Marques, no ensaio publicado pela Fundação Manuel dos Santos («Discriminação da Terceira Idade»), prevê que, nos próximos 25 anos, o número de pessoas idosas duplique o número de jovens. É preciso, também na Igreja, nas paróquias, promover o envelhecimento ativo. Veja-se o exemplo do Centro Cultural Sénior (Diário do Minho de 26 de julho de 2019). Entre essas propostas de amadurecimento pessoal não podemos deixar de «delinear uma espiritualidade das pessoas idosas», alerta o Papa Francisco (11 de março de 2015).
Aos idosos, aos avós, o Papa convida a serem «poetas da oração [...]. É um grande dom para a Igreja, a oração dos avós e dos idosos! [...] Um grande crente de tradição ortodoxa do século passado, Olivier Clément, dizia: 'Uma civilização na qual já não se reza é uma civilização onde a velhice não tem mais sentido. E isto é terrificante! Antes de tudo, temos necessidade de idosos que rezem, porque a velhice nos é concedida para isto''. [...] A oração dos idosos é bonita!».