Espera paciente ativa
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14 de Dezembro de 2019TERCEIRO DOMINGO DE ADVENTO, ANO A
A alegria está aí! O Natal está a chegar! Este é o «Domingo da Alegria», o Terceiro de Advento. As cores e os sabores do Natal já inundam as ruas e as casas. Faltam dez dias, suficientes para tomar consciência do tempo em que estamos e nos prepararmos para que Jesus ‘nasça’ na nossa vida.
A luz divina
Deus que se faz Menino, que assume a nossa carne, é já motivo suficiente para, como cristãos, nos encher de alegria.
Mas há mais! Além de se fazer um de nós, dá-nos a capacidade para nos tornarmos um pouco divinos. Deus deseja que cada um de nós brilhe como sua imagem e semelhança. Isto não é um conto de Charles Dickens, mas uma profunda verdade.
Dizia Santo Ireneu que «assim como os que vêem a luz estão na luz e recebem seu esplendor, também os que vêem a Deus estão em Deus e recebem seu esplendor. O esplendor de Deus vivifica: portanto, os que vêem a Deus recebem a vida».
Esperai com paciência
Nesta caminhada, alimentamos o desejo de ‘ver’ Deus presente na nossa vida. Hoje, recebemos um novo desafio: «esperai com paciência». A exortação do apóstolo Tiago é um desafio à ação. Não é convite à resignação. Vamos chamar-lhe espera paciente ativa. Três palavras: esperança, paciência, ação.
A esperança cristã supõe o discernimento para, sem perder o norte que nos guia, saber como agir, ter firmeza nas decisões.
A espera paciente ativa é preparar o momento certo para agir. Não desistes e não te precipitas. É quando ponderas as palavras para não magoar, sem deixar de dizer o que é importante.
A espera paciente ativa é quando recusas reclamar contra tudo e todos. São Tiago sugere: «não vos queixeis uns dos outros». Porque reclamar contra a economia não melhora a tua conta bancária; reclamar contra os professores e a escola nunca vai alterar a forma como estudas nem melhorar as tuas notas; reclamar contra o encarregado ou patrão não te traz melhores condições de trabalho; reclamar contra os outros não muda o comportamento deles. A queixa é inimiga da espera paciente ativa.
Proibido lamentar-se
Há um cartaz afixado na porta do quarto do Papa Francisco, na Casa Santa Marta, que podemos colocar à entrada das nossas casas: «proibido lamentar-se». É útil tê-lo sempre diante dos olhos!
«Proibido lamentar-se» é o título de um livro de Salvo Noè (ed. Nascente). Na epígrafe, destaca que «as lamúrias são como os baloiços: mantém-nos entretidos, mas não nos levam a lado nenhum!».
Estes dias que antecedem a chegada do Natal gritam ao nosso ouvido: não fiques ‘entretido’ nos teus hábitos doentios; abre-te à mudança.
O hábito da lamentação «mantém os nossos pensamentos ligados ao passado, ao pior do passado, retirando energia ao presente; faz-nos pensar, remoer, matutar... impedindo-nos de agir; mata a convicção da possibilidade de uma mudança».
Queres ‘ver’ Deus presente na tua vida? Começa por conter as tuas lamentações e reclamações. Pensa primeiro em algo positivo e encorajador. O queixume destrói as pessoas e os projetos. A paciência reconstrói e devolve a esperança.