Partilhar o Pão, alimentar a Esperança
31 de Março de 2024Eucaristia, encontro com o Ressuscitado
13 de Abril de 2024SEGUNDO DOMINGO DE PÁSCOA, ANO B
Oito dias depois, o Ressuscitado torna-se presente para nos dar a paz e nos encher de alegria. Celebramos o Segundo Domingo de Páscoa, também designado da Divina Misericórdia. Avivamos a fé na presença do Senhor, hoje e para sempre.
“O seu amor é para sempre”
O acontecimento pascal, que se prolonga durante cinquenta dias, não se pode reduzir a uma recordação (como quem assinala um aniversário), nem a refrescar a memória sobre um acontecimento que transformou os discípulos. Celebrar a Páscoa é tomar consciência de que estamos mergulhados num acontecimento sempre novo, que continua a transformar a nossa história pessoal e comunitária. Hoje, aqui e agora, Jesus Cristo ressuscitado e vivo está presente e ativo em nós e no mundo.
Continue a ecoar no nosso coração o júbilo proclamado pelo salmista: «Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria»! Exultamos e cantamos de alegria, porque Jesus Cristo está vivo e ativo em nós e no mundo. Exultamos e cantamos de alegria, porque «é eterna a sua misericórdia», porque «o seu amor é para sempre».
A presença do Ressuscitado escancara as portas e as janelas do nosso coração, motiva-nos a vencer o medo, convida-nos a sair do nosso comodismo, impele-nos a não ter vergonha da nossa fé, desafia-nos a ser artífices da misericórdia e do perdão, acompanha-nos no testemunho da alegria e da paz.
Domingo, dia do Ressuscitado
Nós somos como os primeiros discípulos: estamos reunidos no mesmo dia, o primeiro da semana, e o Ressuscitado torna-se presente no meio de nós. A festa repete-se oito dias depois, diz-nos o evangelista. É o encontro dominical dos cristãos, celebrado desde aquele primeiro dia, até aos nossos dias.
Não foram os primeiros discípulos que inventaram o encontro dominical, a que se passou a chamar fração do pão, depois eucaristia, mais tarde missa. Não foi a Igreja que se lembrou de convocar os cristãos para a celebração da eucaristia. É o próprio Jesus Cristo, ressuscitado e vivo, que quis e quer estar presente, de pé, no meio, e nos diz: «A paz esteja convosco!»; «Recebei o Espírito Santo».
O convite parte de Deus, começa por lembrar a oração de preparação do Quinto Congresso Eucarístico: «Bendito sejais, Senhor, que nos saciais com os vossos dons sagrados e em cada domingo nos convidais a participar na celebração da Ceia do vosso Filho». A Igreja (apenas) dá expressão ao convite divino, reconhece a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor como o centro da vida cristã (cf. Catecismo da Igreja Católica, número 2177).
A partilha da Palavra e do Pão alimenta a nossa esperança, «torna-nos mais irmãos e vai-nos transformando pouco a pouco em comunidade santa e missionária. […] A comunidade, que guarda os pequenos detalhes do amor e na qual os membros cuidam uns dos outros e formam um espaço aberto e evangelizador, é lugar da presença do Ressuscitado que a vai santificando segundo o projeto do Pai» (Alegrai-vos e Exultai, números 142 e 145). Vivo o domingo como Dia do Senhor e da Eucaristia?