Invocar o Espírito Santo
17 de Julho de 2020Décimo Sexto Domingo, Ano A
18 de Julho de 2020A oração é colóquio de amor. O primeiro passo é a boa intenção do orante. É lógico que, como em qualquer relação, haja altos e baixos, momentos mais vivos e outros menos intensos. O importante é outra coisa: nunca deixar de orar; às vezes, simplesmente estar. Em silêncio, sem nada dizer, estar na presença de Deus. Estar, e deixar-se inspirar pelo Amado.
ORAR
Há pessoas que nem sequer dão o primeiro passo, porque estão bloqueadas sobre o que dizer ou fazer durante o tempo dedicado à oração. O desejo de estar na presença de Deus é já a melhor forma de orar.
O Beato João Sullivan dizia que Deus fica maravilhado por nos ver, mesmo que não saibamos o que dizer ou o que fazer, na oração.
O Papa Francisco, a propósito da devoção do ‘mês de Maria’, convidou todos os católicos «a descobrir a beleza de rezar o Terço em casa». Referia ainda que «as restrições da pandemia nos ‘forçaram’ a valorizar [a dimensão doméstica], inclusive do ponto de vista espiritual».
Além deste destaque do Terço, podemos perceber, na referida carta do Papa Francisco, um apelo à valorização da oração em família, algo tão fundamental, embora em desuso, na maioria dos ambientes familiares hodiernos.
A família cristã é o lugar primordial onde se realiza a Igreja, é uma ‘igreja doméstica’. Ora, rezar é missão essencial da Igreja, tanto na sua dimensão universal, como no seu alcance familiar. A oração em família foi e pode (voltar a) ser a melhor propedêutica para a oração pessoal.
Urge, portanto, redescobrir a ‘beleza de rezar’ em família, com recurso a outros modelos, por exemplo: uma simples ‘liturgia’, acompanhada por um momento de ‘catequese’, a partir da vivência da eucaristia dominical; uma breve bênção da família e da mesa, antes da refeição.
A melhor oração é a que suscita a conversão, a que nos impele a cumprir, no quotidiano, a vontade de Deus: «seja feita a vossa vontade». Este há de ser sempre o principal critério: não o tempo que lhe é dedicado, mas a qualidade que produz, na vida de cada um e de toda a família.
É incorreto pensar que a oração é mais meritória quando demora mais tempo ou quando recorre a fórmulas consolidadas na tradição.
A oração é colóquio de amor. O primeiro passo é a boa intenção do orante. É lógico que, como em qualquer relação, haja altos e baixos, momentos mais vivos e outros menos intensos.
O importante é outra coisa: nunca deixar de orar; às vezes, simplesmente estar. Em silêncio, sem nada dizer, estar na presença de Deus. Estar, e deixar-se inspirar pelo Amado.