Chamados à santidade
16 de Janeiro de 2020Benevolência fora do comum
18 de Janeiro de 2020SEGUNDO DOMINGO, ANO A
O discípulo é aquele que se sente chamado por Deus para a missão de dar testemunho do seu amor ao Evangelho. Vêmo-lo refletido nos textos bíblicos deste Segundo Domingo (Ano A). Paulo, por exemplo, apresenta-se «por vontade de Deus escolhido para Apóstolo de Cristo Jesus». E dirige-se aos membros da comunidade de Corinto como «santificados em Cristo Jesus».
Chamados à santidade
Pelo batismo, somos «santificados em Cristo Jesus» e «chamados à santidade». A força da Igreja não reside nos seus meios e recursos, nem mesmo nos dons pessoais dos seus elementos, mas na graça divina que é derramada sobre todos. O batismo santifica-nos. A nossa primeira tarefa é permitir que a semente que foi lançada no batismo possa germinar e crescer, através de uma vida segundo o Evangelho.
A santidade parece assustar algumas pessoas. Umas, porque a relacionam com coisas estranhas e perigosas. Outras, porque pensam em algo denso e complexo, independente dos afazeres quotidianos. Contudo, a santidade é uma vocação humana e universal.
A santidade não é um poste de alta tensão com um aviso de perigo de morte. Ser santo não te coloca um fardo aos ombros, antes liberta, faz-te mergulhar no amor divino, abre-te à coragem de ir mais longe, dá-te a possibilidade de iluminar tudo com uma nova luz.
O que fazer para ser santo? Conjuga o silêncio com a serviço, a oração com a ação. Cada instante há de ser «expressão de amor doado sob o olhar do Senhor […]. Não é saudável amar o silêncio e esquivar o encontro com o outro, desejar o repouso e rejeitar a atividade, buscar a oração e menosprezar o serviço. [...] Somos chamados a viver a contemplação mesmo no meio da ação, e santificamo-nos no exercício responsável e generoso da nossa missão» (cf. Alegrai-vos e Exultai, 14-31).Dar testemunho
A santidade reflete-se no testemunho. Não de uma imposição moral, mas de um estilo de vida belo e atraente. O testemunho da santidade é como um perfume que se difunde e se manifesta, ao mesmo tempo, de forma discreta e persuasiva. Esse é o ‘perfume do Evangelho’, o bom odor da ação de Deus na vida e no mundo.
O perigo é não estar preparado para acolher o inesperado. Esta semana, fica atento ao que é ‘comum’ na tua vida e abre-te à oportunidade de ser surpreendido. Pode ser, por exemplo, uma pessoa, de quem costumas antecipar as reações, a ponto de não acreditar que seja capaz de mudar, ou porque te dá prazer o mexerico. Lembra-te de que aquilo que te afasta dos outros, não é caminho de santidade. «Desejais uma paróquia perfeita? Nada de mexericos. Se tiveres algo contra alguém, fala diretamente. Este é o sinal de que o Espírito Santo está presente na paróquia. Quanto aos outros pecados, todos os temos. Existe uma coleção de pecados: um tem este, outro tem aquele, mas todos somos pecadores. Todavia, o que destrói uma comunidade, como o caruncho, são as bisbilhotices pelas costas. Uma paróquia onde não há mexericos é uma paróquia perfeita; uma paróquia de pecadores, sim, mas de testemunhas» (Papa Francisco).O que podes fazer para progredir no caminho de santidade?