Em Gréccio, naquele Natal de 1223, não foram usadas figuras de barro ou de madeira. Francisco de Assis quis que fossem as pessoas que para lá acorreram a participar na primeira representação histórica do Presépio.
Naquele dia, «o sacerdote celebrou solenemente a Eucaristia sobre a manjedoura, mostrando também deste modo a ligação que existe entre a Encarnação do Filho de Deus e a Eucaristia», recorda o Papa Francisco, na Carta Apostólica sobre o significado e valor do Presépio.
Qualquer que seja a forma e os materiais utilizados para o representar, o importante é que tomemos consciência de que o Presépio nos fala sobre o amor divino, nos mostra o quanto o Menino Deus está próximo de cada ser humano, qualquer que seja a situação em que se encontre.
A cada um de nós compete ir além da simples representação. O essencial é ser capaz de acolher o Menino Jesus em cada ser humano, sobretudo nos pobres e marginalizados da sociedade. Neles se torna presente o Filho de Deus: «quantas vezes o fizestes a um destes meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes» (Mateus 25, 31-46).
A Escritura, logo no início, evoca a criação do ser humano à imagem e semelhança de Deus. Trazemos em nós um mistério maior que faz possível que o próprio Deus se torne um de nós!
Ao redor do Menino Jesus, foquemos também a atenção naquele homem, «ao lado de Maria, em atitude de quem protege o Menino e sua mãe». O ano especial dedicado a São José (de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021), para assinalar o 150.º aniversário da proclamação como Padroeiro da Igreja Católica, convida-nos a tomar o exemplo de quem, juntamente com Maria, «olhando o Menino Jesus, entreviam a presença de Deus na sua vida».
As breves referências bíblicas são suficientes para testemunhar o quanto São José se esmerou em acolher e cumprir a sua missão, o propósito de vida, conforme os desígnios divinos.
O segredo está em, como José, manter sempre a confiança em Deus, quaisquer que sejam as circunstâncias. De bordão de mão ou de candeia, São José, «o guardião que nunca se cansa de proteger a sua família», soube também custodiar, no seu coração, o grande mistério da vida.