Escutar a Palavra
18 de Dezembro de 2020Quarto Domingo de Advento, Ano B
19 de Dezembro de 2020A cada um de nós compete ir além da simples representação. O essencial é ser capaz de acolher o Menino Jesus em cada ser humano, sobretudo nos pobres e marginalizados da sociedade. A Escritura, logo no início, evoca a criação do ser humano à imagem e semelhança de Deus. Trazemos em nós um mistério maior que faz possível que o próprio Deus se torne um de nós!
PRESÉPIO
Em Gréccio, naquele Natal de 1223, não foram usadas figuras de barro ou de madeira. Francisco de Assis quis que fossem as pessoas que para lá acorreram a participar na primeira representação histórica do Presépio.
Naquele dia, «o sacerdote celebrou solenemente a Eucaristia sobre a manjedoura, mostrando também deste modo a ligação que existe entre a Encarnação do Filho de Deus e a Eucaristia», recorda o Papa Francisco, na Carta Apostólica sobre o significado e valor do Presépio.
Qualquer que seja a forma e os materiais utilizados para o representar, o importante é que tomemos consciência de que o Presépio nos fala sobre o amor divino, nos mostra o quanto o Menino Deus está próximo de cada ser humano, qualquer que seja a situação em que se encontre.
A cada um de nós compete ir além da simples representação. O essencial é ser capaz de acolher o Menino Jesus em cada ser humano, sobretudo nos pobres e marginalizados da sociedade. Neles se torna presente o Filho de Deus: «quantas vezes o fizestes a um destes meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes» (Mateus 25, 31-46).
A Escritura, logo no início, evoca a criação do ser humano à imagem e semelhança de Deus. Trazemos em nós um mistério maior que faz possível que o próprio Deus se torne um de nós!
Ao redor do Menino Jesus, foquemos também a atenção naquele homem, «ao lado de Maria, em atitude de quem protege o Menino e sua mãe». O ano especial dedicado a São José (de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021), para assinalar o 150.º aniversário da proclamação como Padroeiro da Igreja Católica, convida-nos a tomar o exemplo de quem, juntamente com Maria, «olhando o Menino Jesus, entreviam a presença de Deus na sua vida».
As breves referências bíblicas são suficientes para testemunhar o quanto São José se esmerou em acolher e cumprir a sua missão, o propósito de vida, conforme os desígnios divinos.
O segredo está em, como José, manter sempre a confiança em Deus, quaisquer que sejam as circunstâncias. De bordão de mão ou de candeia, São José, «o guardião que nunca se cansa de proteger a sua família», soube também custodiar, no seu coração, o grande mistério da vida.