Deus é amor: nada há a temer!
24 de Fevereiro de 2024Memória agradecida
16 de Março de 2024QUARTO DOMINGO DA QUARESMA, ANO B
Em tempo quaresmal, este é o domingo da alegria, pela proximidade das festas pascais, alegria porque a história é abraçada pelo amor misericordioso de Deus. Somos envolvidos pelo amor divino, para podermos abraçar toda a nossa existência.
“Nós somos obra de Deus”
O amor totalmente gratuito e desinteressado de Deus para connosco tem a capacidade de nos surpreender e de nos dar a força necessária para transformar a nossa vida. «Nós somos obra de Deus», afirma Paulo, somos obra do Amor.
Sentir-se amado é a experiência primordial do crente e o ponto de partida para desencadear em nós a autêntica conversão. A misericórdia infinita de Deus para connosco requer uma resposta: ser acolhida com fé, pois nenhuma obra nossa é capaz de alcançar tão grande bem. Lembremos isto: a fé não começa no nosso amor a Deus, começa na confiança de que somos amados por Deus.
Entre Deus e nós, «não há distância nem vazio; há um ponto de contacto: o amor. […] Tentai sentir dentro de vós esta presença […]: Deus veio, está no mundo, está aqui, agora. E tentemos repetir estas palavras a nós próprios cada vez que despertamos, diante de cada dificuldade, cada vez que nos sentimos desanimados: Deus está comigo, com amor» (Ermes Ronchi).
A Quaresma conduz-nos ao lugar do primeiro amor, como já assinalamos da mensagem do Papa para este ano. O objetivo não é promover em nós um esforço gigantesco de penitência, de práticas ascéticas, por causa dos nossos pecados. O verdadeiro objetivo da Quaresma é a redescoberta do amor que se manifestou admiravelmente na morte e ressurreição de Jesus Cristo e que continua hoje a cuidar de todos e de cada um de nós.
Guardemos no coração a surpresa transformadora de sermos amados: a misericórdia divina é mais forte que o pecado, mais forte que a morte. Apegue-se-me a língua ao paladar, como diz o salmista, se eu não fizer do amor de Deus «a maior das minhas alegrias».
Curados pelo amor
A cura, a nossa purificação, assim concluímos o episódio anterior, começa com uma palavra nova e libertadora que entra através do nosso coração. É como «um clique interior, um pontinho minúsculo que está no fundo do coração, onde a pessoa se abre e diz “sim”, dando assim o seu consentimento àquela luz. Então a pessoa sente de repente uma alegria e uma vontade serena de pôr em prática aquilo que a tal luz indicava», escreve o nosso guia desta ‘série’, o presbítero italiano Fabio Rosini.
A vida nova que Deus nos dá é uma nova maneira de ser, um novo modo de nos relacionarmos com Deus, connosco, com os outros, com a criação; é uma comunhão com o Espírito Santo, que nos purifica do pecado. Acreditar não é apenas confessar verdades dogmáticas, é uma adesão ao Senhor que transforma a vida. A vida nova nasce do contacto com o amor de Deus. «Eu preciso de tocar o seu amor para amar. Eu preciso de ser contagiado pelos seus sentimentos para que os meus sentimentos sejam curados». Quem acredita abraça uma vida de amor, de generosidade, de esperança, de alegria. Deixa-te tocar pelo amor!