Trigésimo Domingo, Ano A
24 de Outubro de 2020Bem-aventurados
29 de Outubro de 2020Como é que será a Igreja, como é que serão as paróquias e dioceses, depois desta pandemia do coronavírus (Covid 19)? Apesar das incertezas, em período de navegação à vista, é precisamente em tempos como este em que nos é dado viver que mais precisamos de imaginar o futuro, abertos à esperança, sem deixar de ser criativos na reflexão e na ação.
FUTURO
A incerteza do presente, a mesma que ofusca o horizonte, pode ser o motor de uma leitura renovada da vida pessoal e comunitária, da presença cristã e eclesial face ao futuro.
A Igreja, depois desta pandemia, viverá em pleno a íntima união com toda a família humana, como propõe a Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo atual (GS)? Será uma comunidade de homens e mulheres ativos no mundo, vinculados à existência concreta de cada pessoa, dispostos a compartilhar as mesmas alegrias e tristezas?
«As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração» (GS 1).
A Igreja, depois desta pandemia, será uma casa sempre em construção, pronta a abrir novos espaços, para que cada dia haja mais lugares disponíveis para os irmãos? Será uma comunidade de homens e mulheres «ousados e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das respetivas comunidades» (A Alegria do Evangelho, 33)?
A Igreja, depois desta pandemia, será um «hospital de campanha» sempre aberto, preparado para acolher cada um dos feridos e capacitado para curar todas as feridas? Será uma comunidade de homens e mulheres, que assumem e vivem a própria fragilidade, que procuram um novo olhar, que oferecem outro ponto de vista, que não se apoia em palavras e teorias, mas nas múltiplas experiências de vida reais e concretas?
A Igreja, depois desta pandemia, será uma comunidade que habita as periferias da sociedade e, a partir daí, anuncia a ecologia integral, em solidariedade com a Criação e com todos os descartados que são expulsos da Casa Comum?
Como é que será a Igreja, como é que serão as paróquias e dioceses, depois desta pandemia do coronavírus (Covid 19)?
Apesar das incertezas, em período de navegação à vista, é precisamente em tempos como este em que nos é dado viver que mais precisamos de imaginar o futuro, abertos à esperança, sem deixar de ser criativos na reflexão e na ação.