Estou no meio deles
3 de Setembro de 2020A bússola da vida
5 de Setembro de 2020VIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO, ANO A
O Vigésimo Terceiro Domingo (Ano A) convida a refletir sobre a dinâmica que há de presidir à vida comunitária. Para aprimorar a vida em comunidade e promover a perfeição evangélica, o Mestre propõe a correção fraterna. Eis uma prática a redescobrir!
‘Estou no meio deles’
O evangelho segundo Mateus apresenta-nos, no capítulo dezoito, o ‘discurso da comunidade’ ou ‘discurso eclesial’ com quatro temas fundamentais: evitar o escândalo dos irmãos mais simples da comunidade e a ‘caridade pastoral’ preenchem a primeira parte (versículos 1 a 14); praticar a correção fraterna e valorizar o perdão ocupam a segunda parte (versículos 15 a 35).
O fragmento deste domingo, inserido na segunda parte do ‘discurso’, centra-se na correção fraterna, dando a entender a existência de divisões e problemas de convivência.
Deus criou o ser humano para a fraternidade e o amor. E convida-nos a ser guardiães dos nossos irmãos. Por isso, na comunidade cristã, todos somos custódios uns dos outros, certos de que a presença de Jesus Cristo ocupa o centro da fraternidade: «onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles». Sem isto não é possível entender a proposta evangélica de correção fraterna.
‘Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu’
A força interior que sustenta a vida da comunidade cristã é a presença real e ativa do Senhor Jesus Cristo. Nós, cristãos, sabemos que o Deus de Jesus Cristo é a fonte do acolhimento e do respeito, da compreensão e da concórdia, da paz e da fraternidade. Compreendemos, por isso, a relação estabelecida entre o céus e a terra, entre Deus e nós: «Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu».
Tomemos estes cinco passos como imprescindíveis nas relações pessoais e na edificação da comunidade cristã: 1) levar o tema à oração e rezar pela pessoa a quem se destina a correção fraterna; 2) privilegiar o encontro pessoal, cara a cara, dispostos a dialogar; 3) se necessário, discernir a situação com a ajuda de outras pessoas idóneas; 4) recorrer também à opinião da comunidade; 5) por fim, condição sempre presente, não nos cansarmos de oferecer nova oportunidade, tal como Deus faz connosco.
Nesta ´série’, vamos refletir sobre a comunidade: construir pontes, dialogar, escutar, acolher a diversidade, promover a paz, facilitar o perdão.
Correção fraterna
Não se é cristão sozinho! Uma comunidade é cristã na medida em que cada um se torna responsável pelos irmãos, na medida em que os seus membros se unem na oração e na correção fraterna.
Não é possível ser cristão, acreditar no Deus de Jesus Cristo, sem a mediação da comunidade, sem pertencer a uma comunidade concreta. Infelizmente, é mais fácil condenar, julgar-se superior, humilhar, coscuvilhar. Ou então é mais fácil cruzar os braços, ficar indiferente, ignorar as situações, dizer que não é nada comigo. Além das condenações injustas, há também muitas omissões!
A palavra de Deus afirma e reafirma a responsabilidade de uns para com os outros. Aceito a missão de ser responsável pelos outros?