Sol Invicto, Deus verdadeiro
21 de Dezembro de 2019É Natal! Chegou o Natal!
25 de Dezembro de 2019O Natal convida a sentir no coração a ditosa esperança, a acolher a força dessa esperança inabalável que nos surpreende com o infinito, «porque está impregnada pelo milagre e é plena de mistério». Ainda que sejam breves os segundos de recolhimento, ao permanecer «de coração aberto ao mistério», seremos habitados pela magnitude da vida divina que de novo nos vem «oferecer a possibilidade de profundo rejuvenescimento».
NATAL
Ajoelhados, dois corações distantes ficam unidos por um terceiro, o do Menino Jesus, num ritual sagrado para celebrar o Santo Natal!
Ao longo de vinte e cinco anos, os primeiros do século XX, Raine Maria Rilke e Sophia Rilke, sua mãe, testemunharam uma desconcertante experiência de «felicidade e fidelidade»: às seis horas do dia 24 de dezembro, «a hora mais feliz do ano», abriam a carta que cada um enviava ao outro, num momento de comunhão, repleto de «calor e esplendor», apesar de todas as distâncias físicas.
Nessas cartas natalícias enviadas à mãe, o poeta exprime com frequência o motivo que hoje nos pode interpelar, antes de nos sentarmos à ‘mesa da consoada’: preparar no peito um ‘presépio’ para receber o Menino Jesus, em «profunda e grandiosa meditação»; e, «que do fundo do coração, com o Jesus Menino nele, possa esse presépio exprimir-se efusivamente ao mundo!».
O Natal convida a sentir no coração a ditosa esperança, a acolher a força dessa esperança inabalável que nos surpreende com o infinito, «porque está impregnada pelo milagre e é plena de mistério».
O milagre do nascimento do Menino Deus nos encontre «silentes, meditativos e serenos o bastante, a fim de receber a graça divina contida nessa hora».
Rilke desafia-nos a transferir os sinais exteriores, as luzes e as árvores, os presentes e os presépios, para dentro de nós, de forma que se propicie uma imperturbável experiência íntima.
«Tampouco, jamais passei um Natal onde quer que fosse, sem que, atrás de meus olhos cerrados por um breve segundo, não surgisse uma luz indescritível e maravilhosamente comovente».
O Natal é a «comemoração do júbilo, e ainda que a casa não esteja alegre o bastante, ele não deixa de existir, pois procura então o mais recôndito recanto onde também o luto pode transformar-se em festa: o abrigo do coração».
Ainda que sejam breves os segundos de recolhimento, ao permanecer «de coração aberto ao mistério», seremos habitados pela magnitude da vida divina que de novo nos vem «oferecer a possibilidade de profundo rejuvenescimento».
Os sinos da ditosa esperança vibrem nos nossos corações. E todo o mundo se encha como os sons, o perfume, o brilho e a paz do Deus Menino. Santo Natal!