
Outro modo de ser Igreja
5 de Janeiro de 2021
Filho muito amado
9 de Janeiro de 2021Como resposta aos desafios provocados pela pandemia, os bispos portugueses desejam que se iniciem novos «percursos sinodais», que sejam «laboratórios de reflexão» sustentados pelo amor solidário e capazes de promover uma «nova etapa evangelizadora». A inspiração vem do Papa Francisco, um «especialista» na arte de pensar o Evangelho como resposta às questões dos tempos hodiernos.
SINODALIDADE
A par da cultura da proximidade (Igreja Samaritana), a sinodalidade é outro eixo que sustenta a reflexão dos bispos portugueses sobre os «desafios pastorais da pandemia à Igreja em Portugal».
O principal testemunho espera-se que se torne visível no seio das comunidades paroquiais, nas quais o acolhimento e a sinodalidade são uma marca identitária e missionária.
A disputa e a discórdia, os interesses pessoais e os desejos de afirmação ou poder, as críticas e os invejas, precisam de ser saneadas em favor da humildade e do serviço, da escuta recíproca e do diálogo respeitador, da comunhão na diversidade. Trata-se de assumir «uma maneira de ser, um estilo que nos anima e nos faz caminhar como irmãos» para chegar a todos (números 44 a 46).
Como resposta aos desafios provocados pela pandemia, os bispos portugueses desejam que se iniciem novos «percursos sinodais», que sejam «laboratórios de reflexão» sustentados pelo amor solidário e capazes de promover uma «nova etapa evangelizadora» (número 43).
A inspiração vem do Papa Francisco, um «especialista» na arte de pensar o Evangelho como resposta às questões dos tempos hodiernos. Dele, retoma-se a urgência do primeiro anúncio (kerigma) e da prática efetiva e afetiva da fraternidade universal (números 26 a 30).
Importa colocar o Evangelho no centro da liturgia e da vida, dar relevância à formação, comunicação e linguagem, de modo que se possa chegar com eficácia aos «analfabetos do Evangelho» (números 31 a 36). Entre estes também se encontram uma parte dos batizados e ‘praticantes’.
Não parecem tão assertivos os números (31 e 32) que referem os meios digitais, ao colocá-los como meros subsidiários da pastoral presencial, sendo que é importante e urgente a «disponibilização de materiais bem preparados e adequados».
O virtual, mais do que «quase real», como é classificado, integra por inteiro a vida real, de modo semelhante serve para «aproximar, partilhar, construir laços e até ‘tocar’ o coração do irmão».
Acreditamos e confirmamos, pela experiência do Laboratório da fé, que, através das plataformas digitais, também é possível «a conversa pessoal, a voz, a palavra que mexe com os sentidos».