Ardor e contemplação
29 de Maio de 2021Viagem para toda a vida
5 de Junho de 2021As crianças lembram-nos, pelos ensinamentos e pela prática de Jesus Cristo, «a condição necessária para entrar no Reino de Deus: a de não nos considerarmos autossuficientes, mas necessitados de ajuda, de amor, de perdão».
CRIANÇA
No dia um de junho, em Portugal, comemora-se o Dia da Criança. A efeméride está relacionada com a proclamação internacional, no ano de 1925, em Genebra, durante a Conferência Mundial para o bem-estar da Criança.
A data, assinalada em muitos países, não tem alcance universal, uma vez que, por exemplo, a Organização das Nações Unidas oficializou o dia 20 de novembro, data em que, no ano de 1959, foram aprovados os Direitos da Criança.
As crianças, disse o Papa Francisco, são uma riqueza e um dom para a humanidade e também para a Igreja (Audiência Geral de 18 de março de 2015), o fruto mais bonito da bênção concedida pelo Criador ao homem e à mulher (Audiência Geral de 8 de abril de 2015).
É necessário também denunciar as «histórias de paixão» vividas por muitas crianças, quando são «rejeitadas, abandonadas e subtraídas à sua infância e ao seu futuro».
Entre as riquezas e os dons oferecidos pelas crianças, o Papa recordou (e explicou) o olhar confiante e puro, a capacidade de receber e dar ternura, a capacidade de sorrir e de chorar, o ser e permanecer sempre filhos.
As crianças lembram-nos, pelos ensinamentos e pela prática de Jesus Cristo, «a condição necessária para entrar no Reino de Deus: a de não nos considerarmos autossuficientes, mas necessitados de ajuda, de amor, de perdão».
José Tolentino Mendonça, aquando do encontro do Papa Bento XVI com os artistas, em 2011, por ocasião do 60.º aniversário da ordenação sacerdotal, ofereceu ao pontífice o poema no qual proclama que «o mistério está todo na infância: / é preciso que o homem siga / o que há de mais luminoso / à maneira da criança futura».
Hoje, é nova oportunidade para todos pensarmos no que é ser/tornar-se criança (cf. Marcos 10, 13-16). Uma reflexão enquadrada com aqueloutro desafio a nascer de novo, o nascimento pelo Espírito Santo (cf. João 3, 1-21).
O agora cardeal acredita na «infância espiritual», em sintonia com a «infância biográfica», como construção de uma inocência. Não um tempo antes da vida, da cultura, das decisões fundamentais, mas como descoberta, caminho, decisão, permanente espanto e simplicidade.