O maior abraço da (nossa) história
31 de Março de 2020Protagonistas
3 de Abril de 2020DOMINGO DE RAMOS, ANO A
O Domingo de Ramos é porta de entrada nos dias da Paixão. Vale a pena contemplar a densidade deste termo «Paixão» aplicado a Jesus Cristo: refere-se, em simultâneo, à plenitude do amor até dar a vida e aos sofrimentos suportados até à morte na cruz.
E também percorremos o paradoxo dos que aclamam «Hossana» (bênção dos ramos) e terminam a gritar que «seja crucificado!» (narração da Paixão). Mas Jesus Cristo será exaltado por não recuar e ter obedecido «até à morte e morte de cruz».
Deus não desilude os que abrem os ouvidos à sua palavra, para a escutar, «como escutam os discípulos».
Hoje, da minha boca saia um novo grito de aclamação e de louvor: «Hei de falar do vosso nome aos meus irmãos, hei de louvar-Vos no meio da assembleia».
As circunstâncias da Paixão sucedem-se «para se cumprirem as Escrituras», segundo o itinerário esboçado desde o início pelo evangelista Mateus. «Não só as Escrituras antigas tinham predito aquilo que Jesus havia de realizar, mas Ele próprio quis ser fiel àquela Palavra para tornar evidente a única história da salvação, que n’Ele encontra a sua realização» (Papa Francisco).
O caminho de obediência contrasta com a desobediência de outras personagens daquele tempo, do nosso e de todos os tempos. Em latim, obedecer quer dizer ‘dar ouvidos’, ‘ouvir com atenção’; desobedecer é ‘fechar os ouvidos’, ‘não prestar atenção’. O discípulo abre o ‘ouvido’ do coração para escutar a palavra de Deus.