A missão confiada aos discípulos (já recordada no domingo passado) não está isenta de riscos e perigos. Perante as adversidades, o Mestre insiste na confiança: «Não tenhais medo... Não temais: valeis muito mais».
O Décimo Primeiro Domingo faz ressoar, em nós, as solenidades da Santíssima Trindade e do Corpo e Sangue de Cristo. É uma espécie de ‘resposta’ ao amor trinitário: «nós somos o povo de Deus».
Jesus Cristo, na eucaristia, dá-nos o pão da vida, o seu Corpo e Sangue. A eucaristia é a refeição, banquete no qual saboreamos a amizade de Jesus. É o seu amor, gratuito e incondicional, sempre disponível para saciar todas as nossas fomes mais profundas. Deixa-te alimentar por esta amizade!
A Santíssima Trindade é expressão de amor e comunhão. Este é um dia para celebrarmos, com solenidade, a presença de Deus na nossa vida. Aceitemos iniciar, dar os primeiros passos como o recém-nascido. Vamos (re)começar a nossa relação com Deus!
Jesus Cristo volta a soprar sobre os discípulos, como Deus tinha insuflado o alento de vida na simbologia do (primeiro) ato criador. É a nova criação: «Recebei o Espírito Santo». Os primeiros discípulos, cheios do Espírito, venceram o medo, partiram corajosos a proclamar a alegria do Evangelho.
Jesus Cristo não está nos anais da história como um defunto que é recordado pelo seus feitos. Está vivo, está connosco. Ele interessa-se por nós, cuida de nós, sempre. Ressuscitado, não permanece apenas num lugar, mas ‘eleva-se’ para estar presente em todos os lugares da terra: «Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».
O cristão não esmorece na esperança. Não deixa que o medo lhe roube a esperança! O Ressuscitado não nos deixa órfãos, não nos abandona. Pelo Espírito que habita em nós, podemos aclamar o Senhor que nos livra do medo. Pelo Espírito que habita em nós, podemos dar testemunho da nossa fé.
Ao sentir a pressão do medo e da incerteza, ficamos perturbados. Será que alguém vai encontrar uma solução? Na procura, podemos cair no erro de ‘ver’ apenas soluções terrenas. Será que temos fé nas palavras de Jesus? Tu continuas a dizer-nos: «Não se perturbe o vosso coração»!
A vida não voltará a ser a mesma. «Que havemos de fazer?». A pergunta ecoa, entre nós, nesta época pascal. É hora de renovação! É preciso recuperar a «abundância» prometida por Jesus Cristo! Não te contentes com o mínimo, o necessário para (sobre)viver. Deseja, antes, uma vida plena, vida em abundância.