Acreditar é entrar no coração das questões existenciais; dá-nos a possibilidade de plantar e fazer crescer, em nós e com os outros, a ética da proximidade, da compaixão e do bem comum.
Uma dinâmica pastoral focada na caridade implica-nos no exercício da amabilidade: «deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença».
A Igreja é ‘minha’, não porque corresponde ao que eu quero, à minha vontade sobre ela, antes porque a amo como ela é, com a sua grandeza e as suas fragilidades; é ‘minha’ porque me disponho a cuidar dela com amor (fraterno).
Gary Chapman propõe «As cinco linguagens do amor», cinco modos de experienciar o amor, sendo que cada pessoa está mais predisposta apenas para uma ou duas dessas formas de amar: palavras de apreço; atos de servir; receber presentes; tempo de qualidade; contacto físico.
A fraternidade é o caminho da salvação. A «cultura do confronto» pode dar lugar à «cultura do encontro», a fim de «recuperar a paixão compartilhada por uma comunidade de pertença e solidariedade, à qual saibamos destinar tempo, esforço e bens».
A fé é dom, decisão de amor, ato racional. ‘Creio’ é acolher a presença de Deus como uma dádiva, numa espécie de ‘dança’ entre a inteligência racional e a inteligência emocional. Ao proclamar o ‘Credo’ vinculamos a nossa experiência vital ao conteúdo das verdades essenciais da fé.
À boa maneira hebraica, repetir o pedido dos discípulos, ao acordar, a caminho do trabalho ou da praia, no banco do jardim, na fila de espera, no regresso a casa, ao deitar, em qualquer momento: «Senhor, ensina-me a rezar».
O próximo ano pastoral pode ser um ‘laboratório’ que ensaia a compatibilidade da presença física com a digital. Ousemos a ‘coragem criativa’ que articula o valor insubstituível das experiências físicas com as potencialidades únicas dos recursos digitais.
A ternura, na perspetiva do Papa Francisco, é a companhia adequada para a nossa fragilidade. Precisamos de «aprender a aceitar, com profunda ternura, a nossa fraqueza [...] A ternura é a melhor forma para tocar o que há de frágil em nós» e na nossa relação com os outros.