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19 de Outubro de 2019A peregrinação é essa oportunidade para, através da viagem física, promover uma caminhada interior, ‘dentro de si’, para chegar mais longe. João Paulo II apresentou a vida cristã «como uma grande peregrinação» para Deus.
PEREGRINAÇÃO
Um dos fenómeno mais antigos da história humana, reconhecido por diversas áreas, como a antropologia, a sociologia, o estudo das religiões, é a peregrinação. O ato de peregrinar está inscrito na experiência da condição humana.
A treze de outubro, em Portugal, celebra-se o Dia Nacional do Peregrino, instituído a 27 de junho de 2014 pela Assembleia da República, para «dignificar o papel do peregrino na construção da sociedade portuguesa». A efeméride coincide a última das grandes peregrinações, que decorrem de maio a outubro, no Santuário de Fátima.
Até final de setembro, segundo a informação divulgada neste jornal (Diário do Minho de 10 de outubro de 2019), o concelho de Caminha registou um aumento significativo de peregrinos. Nos últimos anos, cresceu 143% o número de registados naquele concelho com destino a Santiago de Compostela.
No mesmo dia, foi divulgada a parceria do município de Esposende com a Associação Via Veteris para assinalar o Dia do Peregrino. Dos eventos destaca-se a exposição de pintura sobre «O Caminho de Santiago: pelas estrelas até onde a terra encontra o mar», da autoria de António Carvalho. Trata-se de uma homenagem a quem «já percorreu alguns caminhos de dentro de si e outros, que levam a Santiago e um pouco mais longe, onde a terra encontra o mar».
A peregrinação é essa oportunidade para, através da viagem física, promover uma caminhada interior, ‘dentro de si’, para chegar mais longe. João Paulo II apresentou a vida cristã «como uma grande peregrinação» para Deus (cf. Carta Apostólica sobre a preparação para o Jubileu do Ano 2000, número 49). Lembrou que «parte do íntimo da pessoa, alargando-se depois à comunidade crente até alcançar a humanidade inteira».
Importa cuidar a peregrinação como momento vital para a maturação da vida. O monge italiano Enzo Bianchi recorda que a peregrinação, metáfora da nossa existência, pode ser o ‘lugar’ em que o cristão experimenta o chamamento à santidade, «o percurso que tem como meta visível um ‘lugar santo’, e como objetivo a santificação do peregrino».
O Dia Nacional do Peregrino pode tornar-se um dia ‘santo’, não mais um feriado, mas dia de conversão, caminho de ‘regresso’ a Deus.