Benevolência fora do comum

O acolhimento é uma virtude essencial no caminho da unidade. É outrossim um passo específico da renovação pastoral e paroquial. Começa dentro da comunidade cristã. Alarga-se a todas as pessoas. É a oração em ação, no servir e acolher a todos, sem fazer aceção de pessoas.

UNIDADE DOS CRISTÃOS

O oitavário entre 18 e 25 de janeiro foi proposto por Paul Watson, em 1908, para celebrar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Os materiais para este ano foram preparados pelas Igrejas cristãs em Malta e Gozo, a partir do episódio descrito pelo livro dos Atos dos Apóstolos (do capítulo 27, versículo 18 ao capítulo 28, versículo 10), no qual se descreve a ‘chegada’ a Malta de um navio com 276 pessoas (entre as quais Paulo, prisioneiro em viagem para Roma).

O tema principal é a providência divina que, no seguimento de várias peripécias marítimas, também se espelha na benevolência com que são acolhidos pelos nativos da ilha: «Eles nos demonstraram uma benevolência fora do comum».

As propostas diárias passam pela reconciliação, iluminação, esperança, confiança, fortalecimento, hospitalidade, conversão, generosidade.

O acolhimento é uma virtude essencial no caminho da unidade. É outrossim um passo específico da renovação pastoral e paroquial. Começa dentro da comunidade cristã. Alarga-se a todas as pessoas. É a oração em ação, no servir e acolher a todos, sem fazer aceção de pessoas.

O reconhecimento da bondade alheia, na qual se inclui a que é testemunhada por membros de outras confissões cristãs, em nada desfavorece ou desqualifica a ‘nossa’ bondade.

Não podemos ter medo de usar palavras positivas para destacar a benevolência que existe no outro. E trabalhar juntos para acolher a quem quer que seja que chega às nossas comunidades.

A bondade que existe nas palavras e gestos de um qualquer ser humano permite reconhecer que não somos ‘perigosos’ uns para os outros. Até podemos iniciar um caminho de amizade e comunhão, juntos na realização de ações positivas que favoreçam a convivência fraterna entre todos.

Rezar pela unidade dos cristãos passa de igual modo pela realização de gestos concretos. Alguns, tão simples, podem tornar-se surpreendentes e eficazes no caminho da unidade cristã.

As pequenas e grandes divisões são coisas deste mundo. Talvez inevitáveis! Mas apenas próprias deste mundo. Há pequenos passos de benevolência que podem construir unidade, aproximar-nos da perfeição divina.