Segundo Domingo de Páscoa, Ano B
10 de Abril de 2021Acontecimento universal
17 de Abril de 2021As ‘coisas do alto’, não nos confundamos, têm reflexo no modo como vivemos na terra. As ‘coisas do alto’ são, por exemplo, as obras de misericórdia, como dar de comer a quem tem fome ou consolar os tristes, entre outras. Amar gratuitamente é saber que os outros nos podem ignorar ou até dececionar; mas nunca nos podem roubar a nossa alegria.
ALEGRIA
«Na plenitude da alegria pascal, exultam os homens por toda a terra», rezamos em todos os prefácios do tempo pascal, esse momento que, em cada eucaristia, assinala o início da Oração Eucarística. A frase permite explorar o sentido pleno desta nossa alegria.
A alegria é um dom prometido por Jesus Cristo aos seus discípulos, mesmo em contextos de tribulação: «haveis de chorar e lamentar-vos, mas o mundo alegrar-se-á; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza tornar-se-á alegria. [...] O vosso coração alegrar-se-á, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» (João 16, 20-22).
Distinta das alegrias passageiras oferecidas pelo mundo, a que é prometida por Jesus Cristo não nasce da satisfação egoísta do próprio prazer, mas da contemplação agradecida (e sem inveja) da beleza envolvente e dos bens alheios.
Quem se dedica, no quotidiano, a promover o bem dos outros está a edificar a própria felicidade. Sábias as palavras do poeta bengali Rabindranath Tagore: «Adormeci e sonhei que a vida era alegria; despertei e vi que a vida era serviço; servi e vi que o serviço era uma alegria».
O anúncio pascal, que somos convidados a deixar ecoar com intensidade, em nós e no mundo, ao longo de cinquenta dias, é uma explosão permanente de alegria. Temos, como cristãos, a missão de tornar visível a «plenitude da alegria pascal», de modo que, por toda a terra, exultem todos os seres humanos.
Há de estar presente, em primeiro lugar, nos nossos corações, porque nos recorda a fonte da nossa esperança; depois, porque nos impele a fazer germinar qualquer pequena semente de bondade depositada nos corações humanos.
A «plenitude da alegria pascal» desafia-nos a buscar as ‘coisas do alto’, como propõe a Carta aos Colossenses (capítulo 3, versículos 1 e 2): «Aspirai às coisas do alto e não às coisas da terra».
As ‘coisas do alto’, não nos confundamos, têm reflexo no modo como vivemos na terra. As ‘coisas do alto’ são, por exemplo, as obras de misericórdia, como dar de comer a quem tem fome ou consolar os tristes, entre outras.
Amar gratuitamente é saber que os outros nos podem ignorar ou até dececionar; mas nunca nos podem roubar a nossa alegria.