Vem aí a Quaresma!
12 de Fevereiro de 2021Sexto Domingo, Ano B
13 de Fevereiro de 2021Santa Teresa de Jesus dizia que quando há tempos ‘difíceis’, são necessários «amigos fortes de Deus». Quatro pistas, bem apropriadas para este tempo quaresmal, que nos podem tornar mais ‘fortes’ e mais ‘amigos’ de Deus: reconhecer as fragilidades; saborear a beleza da palavra de Deus; abrir-nos à misericórdia divina; viver mergulhados na alegria do amor.
ALIANÇA
Na (próxima) Quarta-feira de Cinzas, mesmo sem os ‘feriados’ carnavalescos, começa uma nova Quaresma. Seis semanas dentro deste incerto e confinado dois mil e vinte e um pelas quais vamos renovar e viver a Aliança.
Ainda que nos situemos no campo do desconhecido, a incerteza sobre o fim das restrições e o ansiado desconfinamento que permita as celebrações comunitárias dos sacramentos, em especial da eucaristia, estas propostas podem dar-nos a segurança que precisamos para saber por onde começar, ou melhor, por Quem começar.
O itinerário desta ‘série’ quer contribuir para nos situar no caminho divino, em vez de predeterminados a dizer a Deus o que é que precisamos que faça em nós e/ou por nós. Em família, ‘igreja doméstica’, vamos recordar e viver a Aliança de amor divino, que nos abarca e abraça a todos.
A teologia bíblica desenvolve-se em diversas alianças até à Nova e Eterna Aliança. É um percurso progressivo, da arca de Noé ao filho de Abraão, das tábuas do Sinai às palavras gravadas no coração de cada ser humano, para culminar na Nova e Eterna Aliança selada com o sangue de Jesus Cristo, até aos nossos dias, até à nossa vida.
Não gosto de dizer que (nem sei se) vai ficar tudo bem. Mas acredito que, no meio desta tempestade, Deus caminha connosco, continua a erguer nos céus o seu arco de amor, abre sempre uma janela de esperança, oferece a cada momento os sinais da sua misericórdia.
A Quaresma, escreve o Papa na mensagem deste ano, é tempo propício para a fé, «tempo para acreditar, ou seja, para receber a Deus na nossa vida permitindo-lhe ‘fazer morada’ em nós».
Santa Teresa de Jesus dizia que quando há tempos ‘difíceis’, são necessários «amigos fortes de Deus». Quatro pistas, bem apropriadas para este tempo quaresmal, que nos podem tornar mais ‘fortes’ e mais ‘amigos’ de Deus: reconhecer as fragilidades; saborear a beleza da palavra de Deus; abrir-nos à misericórdia divina; viver mergulhados na alegria do amor.
Este é um exercício quaresmal que todos podemos fazer, sozinhos, em família. Não se trata de tentar alcançar algo que (ainda) não temos; trata-se, isso sim, de um exercício de reconhecimento: tomar consciência da amizade divina.