Saborear a quietude
3 de Julho de 2020Décimo Quarto Domingo, Ano A
4 de Julho de 2020Não partilhar determinadas posturas não tem que ser um obstáculo para as acompanhar e apoiar naquilo que podem ter de positivo, bem como respeitá-las naqueles aspetos, mais ou menos discutíveis, que não partilhamos. A todas as realidades familiares podemos acompanhar com amor, respeito e conselho.
FAMÍLIA
Neste mês de julho, o Papa Francisco propõe que rezemos para que, com amor, respeito e conselho, sejam acompanhadas as famílias.
Hoje, são muitas as realidades familiares. Umas mais toleradas do que outras. Até entre aquelas cuja situação não levanta quaisquer problemas, nem todas vivem de forma ‘ideal’.
O conceito católico de família monogâmica não é partilhado por todas as religiões. O Islão, por exemplo, aceita a poligamia. Aliás, o Antigo Testamento, sem que haja uma palavra de reprovação ou de condenação, conta que Abraão teve duas esposas, que Jacob teve quatro e noventa e nove eram as mulheres de David.
A Igreja Católica não aceita o divórcio. O matrimónio é indissolúvel, monogâmico e durante toda a existência terrena (só a morte de um dos cônjuges dissolve o vínculo matrimonial).
Outra coisa é a nulidade matrimonial, que é claramente distinta do divórcio civil. Nulidade é a declaração de que nunca existiu matrimónio.
A Igreja ortodoxa age de outra forma, pois aceita um segundo e inclusive um terceiro casamento, quando o primeiro é desfeito.
Entre os cristãos ortodoxos, consumado o divórcio (reconhece, por isso, que houve um casamento que foi desfeito, rompeu-se), é possível uma nova celebração sacramental. Nestes casos, porém, não tem a honra e a dignidade do primeiro matrimónio e algumas orações assumem uma tonalidade penitencial e de perdão.
Entre nós, aumenta o número de situações familiares que vão para além do conjunto formado pela mulher, pelo homem e pelos filhos do casal. É o caso, por exemplo, de pessoas solteiras ou divorciadas com filhos (biológicos ou adotados). Esta é uma das novas realidades, que não coloca problemas do ponto de vista da fé, e que requer uma personalizada atenção pastoral.
Há outras diferentes situações familiares que têm distintas valorações, do ponto de vista católico. Pois bem, não partilhar determinadas posturas não tem que ser um obstáculo para as acompanhar e apoiar naquilo que podem ter de positivo, bem como respeitá-las naqueles aspetos, mais ou menos discutíveis, que não partilhamos.
A todas as realidades familiares podemos acompanhar com amor, respeito e conselho.