O meu presépio
9 de Dezembro de 2023Caminhar com Maria
23 de Dezembro de 2023TERCEIRO DOMINGO DE ADVENTO, ANO B
A alegria pertence à nossa identidade. Somos testemunhas privilegiadas da alegria de nos sabermos amados de Deus. Somos testemunhas da luz que brilha no centro do nosso ser, luz essa que quer iluminar tudo, as pessoas e toda a terra.
“Dar testemunho da luz”
O Terceiro Domingo de Advento (Ano B), pela boca de João Batista, recupera o grito do profeta Isaías (igual ao do último episódio), lembra a importância de estarmos vigilantes e preparados para acolher o Senhor, para deixar que a alegria do amor cresça em nós e encha de luz a nossa vida, a começar pelas normais circunstâncias do quotidiano.
Paulo VI deixou-nos uma Exortação Apostólica sobre a alegria cristã, na qual exorta a aprender ou a reaprender a saborear as alegrias naturais do dia a dia: «alegria exultante da existência e da vida; alegria do amor honesto e santificado; alegria pacificadora da natureza e do silêncio; alegria, por vezes austera, do trabalho feito com diligência; alegria e satisfação do dever cumprido; alegria transparente da pureza, do serviço e da compartilha; alegria exigente do sacrifício, etc.».
Um belo exercício para estes dias é estarmos mais atentos às alegrias naturais. Ao fazê-lo, ativamos os pequenos sinais da presença divina e tornamo-nos mais capazes de dar testemunho da luz que habita em nós, a luz de Deus. Essa foi a missão de João: «dar testemunho da luz». Esta é a nossa missão em tempo de Advento: «ser testemunhas da luz, e somente o podemos ser, se tivermos a luz em nós, se tivermos a certeza não só de que a luz existe, mas de que vimos um pouco de luz» (Bento XVI).
Acender as luzes
Desde o primeiro episódio desta ‘série’, o Primeiro Domingo de Advento, que estamos a construir «O meu presépio, sinal admirável», evocação dos 800 anos da ditosa iniciativa de representação viva do Natal liderada por São Francisco de Assis.
Naquela ocasião, recorda o Papa Francisco, na Carta Apostólica sobre o significado e o valor do Presépio, «as pessoas lá reunidas manifestaram uma alegria indescritível, como nunca tinham sentido antes». Agora, o entusiasmo que podemos sentir ao construir o presépio reflete a alegria do encontro com o Senhor. Não é apenas uma tradição, é uma oportunidade para renovar a nossa fé no cumprimento das promessas divinas.
Hoje, acendemos as luzes, símbolo do «céu estrelado na escuridão e no silêncio da noite. […] Pensemos nas vezes sem conta que a noite envolve a nossa vida. Pois bem, mesmo em tais momentos, Deus não nos deixa sozinhos, mas faz-se presente para dar resposta às questões decisivas sobre o sentido da nossa existência: Quem sou eu? Donde venho? Por que nasci neste tempo? Por que amo? Por que sofro? Por que hei de morrer? Foi para dar uma resposta a estas questões que Deus Se fez homem. A sua proximidade traz luz onde há escuridão, e ilumina a quantos atravessam as trevas do sofrimento».
Com João Batista, mostremos que «o mundo se rege por um princípio de luz: que é mais importante acender uma lâmpada do que amaldiçoar a noite» (Ermes Ronchi).