Décimo Terceiro Domingo, Ano B
26 de Junho de 2021A falta de fé daquela gente
1 de Julho de 2021A Igreja é ‘minha’, não porque corresponde ao que eu quero, à minha vontade sobre ela, antes porque a amo como ela é, com a sua grandeza e as suas fragilidades; é ‘minha’ porque me disponho a cuidar dela com amor (fraterno).
IGREJA
O evangelho segundo Mateus, no episódio conhecido como «confissão messiânica de Pedro» (capítulo 16, versículos 13 a 20), recolhe uma afirmação ímpar de Jesus Cristo: «Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja».
Jesus, disse o Papa Francisco, na alocução do Angelus de 29 de junho de 2019, «não fala da Igreja como de uma realidade externa, mas exprime o grande amor que nutre por ela: a minha Igreja».
Acresce que Paulo, na Carta aos Efésios (capítulo 5, versículo 25), proclama: «Cristo amou a Igreja e entregou-se por ela». E explica que se trata de um amor esponsal. Para Jesus Cristo, a Igreja, isto é, nós, seus discípulos missionários, «não somos um grupo de crentes nem uma organização religiosa, somos a sua esposa».
Francisco desafia-nos a usar a mesma ternura. Não com sentido de posse ou de exclusividade, mas com «amor inclusivo», de modo a derramar sobre a Igreja todo o nosso afeto.
A Igreja também é ‘minha’ à maneira das relações familiares: o ‘meu’ esposo, a ‘minha’ esposa, os ‘meus’ filhos, as ‘minhas’ filhas, os ‘meus’ pais... Aqui também não se vincula a posse, antes se exprime a entrega em «amor inclusivo».
A Igreja é ‘minha’, não porque corresponde ao que eu quero, à minha vontade sobre ela, antes porque a amo como ela é, com a sua grandeza e as suas fragilidades; é ‘minha’ porque me disponho a cuidar dela com amor (fraterno).
Um ícone alusivo a este dia, Solenidade de São Pedro e São Paulo, representa os dois apóstolos abraçados. Pedro e Paulo, apesar das suas diferenças deixam-se abraçar pelo essencial: o amor a Jesus Cristo e a dedicação à Igreja.
«Irmãos na fé, eles convidam-nos a redescobrir a alegria de sermos irmãos e irmãs na Igreja. Nesta festa, que une dois Apóstolos muito diferentes, seria bom que também cada um de nós dissesse: ‘Obrigado, Senhor, por aquela pessoa diferente de mim: é um dom para a minha Igreja!’».
O que nos distingue é o que nos enriquece: não são as diferenças; é o mesmo empenho com que amamos a (‘nossa’) Igreja, o amor com que acolhemos as nossas diferenças, porque «nos pertencemos uns aos outros, porque compartilhamos a mesma fé, o mesmo amor, a mesma esperança, o mesmo Senhor».