Acontecimento universal
17 de Abril de 2021Quando é que tu não rezas
24 de Abril de 2021A força criadora de Deus é o amor. O egoísmo é o seu contrário, é a manifestação concreta da iniquidade e do pecado. Jesus Cristo, com as suas palavras e os seus gestos, desmascara os nossos egoísmos, convida sempre ao desprendimento. A alteridade é a realização pessoal do cristão.
AMOR
Há quem afirme que o contrário do amor é o ódio. Pensando bem, o ódio pode ser afinal uma forma de amar, uma espécie de amor frustrado, uma reação ao amor não correspondido, uma consequência provocada por uma qualquer ferida ou traição ao amor.
O ódio é muito parecido com o amor: ambos requerem um ‘outro’, referem-se a alguém ou a algo que está fora de mim; amar ou odiar implica a alteridade, pelo menos duas pessoas.
O verdadeiro contrário ao amor é o egoísmo. Este não requer qualquer alteridade; o egoísta implica apenas a própria pessoa. Ao contrário de amar ou odiar, o egoísta só pensa em si, ignora todas as outras pessoas.
Recordemos a parábola do bom samaritano, contada por Jesus Cristo para responder à questão «Quem é o meu próximo?» (cf. Lucas 10, 25-37).
Os que passam ao lado sem cuidar do ferido, não o odeiam; aliás, o sacerdote e o levita não teriam motivos, nem sequer conheciam o ferido. O que os impediu de amar foi o egoísmo, o pensar apenas em si mesmos e nas suas ocupações, o não ter tempo para dedicar ao outro.
O samaritano, pelo contrário, deixa de pensar em si, nos seus planos ou trabalhos; com prontidão, assume que só há uma coisa a fazer: atender às necessidades daquele ferido.
O individualismo, atitude tão presente nos tempos hodiernos, é um modo egoísta da pessoa encarar a vida, ao focar toda a atenção em si mesma, nas suas opções, no próprio comodismo, na busca incessante da satisfação pessoal.
Individualista é toda aquela pessoa que não aceita que alguém lhe diga o que quer que seja, só quer escutar-se a si mesma; não olha para os outros, apenas olha para si.
A força criadora de Deus é o amor. O egoísmo é o seu contrário, é a manifestação concreta da iniquidade e do pecado.
Jesus Cristo, com as suas palavras e os seus gestos, desmascara os nossos egoísmos, convida sempre ao desprendimento. A alteridade é a realização pessoal do cristão.
Ao acolher e cuidar dos irmãos ‘mais pequeninos’ (cf. Mateus 25, 31-46), permitimos a purificação do nosso coração, de modo a pôr em prática a misericórdia e a compaixão.