Confiar em Deus
21 de Agosto de 2020Vigésimo Primeiro Domingo, Ano A
22 de Agosto de 2020Se a vida cristã é uma vida triste, se o anúncio do Evangelho é uma coisa sisuda, algo está mal nesta vida e no anúncio. Neste sentido, o gozo e a alegria, resultado da atuação do Senhor nas nossas vidas, pode ser um bom barómetro para medir o grau de acolhimento do Espírito Santo e a qualidade do nosso testemunho.
ALEGRIA
Jesus Cristo, a determinado momento do discurso de despedida, no evangelho segundo João (16:16-24) anuncia que a tristeza dos discípulos se vai converter em alegria: «a vossa tristeza há de converter-se em alegria!».
Deus interessa-se por nós, está sempre a pensar em nós, tem-nos permanentemente na sua memória. E quando nós amamos, Deus torna-se presente na nossa vida, no nosso coração, na nossa mente e no nosso espírito, conforme a Primeira Carta de São João (6:16): «o que permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele».
A alegria anunciada por Jesus Cristo brota do acolhimento do amor de Deus por nós e do amor que somos capazes de transmitir aos irmãos.
Não se pode confundir esta ‘completa’ alegria com o prazer que centra tudo em si mesmo e quer tudo para si. Não nasce da busca egoísta do bem-estar próprio, mas do gozo que produz a contemplação gratuita e sem inveja do bem dos outros. Só quem trabalha pelo bem dos outros é que trabalha pela sua própria felicidade.
A fé, pela qual o crente se une a Jesus Cristo, aderindo incondicionalmente à sua pessoa e mensagem, é uma estupenda notícia que produz uma grande alegria. É essa grande alegria que os anjos anunciam em Belém aos pastores. Ora, quando o Salvador nasce, e nasce sempre que uma pessoa o acolhe na fé, produz-se uma grande alegria para todo o povo, ontem como hoje.
Como há estados de ânimo que são contagiosos, também os mensageiros do Evangelho, quando veem os frutos produzidos pela pregação, se enchem de alegria. Assim se explica que, quando Barnabé se apercebeu da ação da graça de Deus em Antioquia, pela qual «uma multidão considerável aderiu ao Senhor», «alegrou-se muito por isso» (cf. Atos 11, 23-24).
O cristão esmera-se em afastar de si todas as tristezas e amarguras, para acolher os fruto do Espírito: «amor, alegria, paz» (cf. Gálatas 5, 22).
Se a vida cristã é uma vida triste, se o anúncio do Evangelho é uma coisa sisuda, algo está mal nesta vida e no anúncio. Neste sentido, o gozo e a alegria, resultado da atuação do Senhor nas nossas vidas, pode ser um bom barómetro para medir o grau de acolhimento do Espírito Santo e a qualidade do nosso testemunho.