Tirar o pecado do mundo
11 de Janeiro de 2020Chamados à santidade
16 de Janeiro de 2020O Senhor continua a alimentar a luz da sua presença, junto de nós. Pode ser ténue, é verdade, mas nesses momentos em que parece não se fazer ouvir ou estar ausente, talvez seja preciso abrir os olhos para perceber a «lâmpada» de Deus. E se te colocasses do lado de Deus, a tentar perceber a sua maneira de agir, de chamar, de estar presente, de se aproximar, de te acompanhar?
DEUS
O Primeiro Livro de Samuel descreve um episódio (capítulo 3, versículos 1 a 10) que nos ajuda a esboçar uma maneira de proceder de Deus.
«Naquele tempo, a palavra do Senhor fazia-se ouvir raras vezes». Até parece que está a falar do nosso tempo! Estará Deus interessado em fazer-se ouvir (apenas) «raras vezes»?! Alguns prefeririam que fosse mais interventivo, ‘falasse’ mais.
A narração surpreende com um complemento magnífico: «A lâmpada de Deus ainda não se tinha apagado». Afinal, Deus até pode fazer-se ouvir «raras vezes», mas a sua «lâmpada» permanece acesa.
O Senhor continua a alimentar a luz da sua presença, junto de nós. Pode ser ténue, é verdade, mas nesses momentos em que parece não se fazer ouvir ou estar ausente, talvez seja preciso abrir os olhos para perceber a «lâmpada» de Deus.
Então, faz-se ouvir: chama uma, duas, três, quatro vezes. Mas também aqui há um pormenor que desconcerta. Enquanto nas primeiras três vezes, diz que chamou, à quarta tentativa o narrador acrescenta: «O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes». Chamou como das outras vezes, mas fê-lo mais de perto. Ah, que bondade! A dificuldade do jovem Samuel em reconhecer a voz de quem o chama, é colmatada com a atitude divina: «veio, aproximou-Se».
É costume ficarmos pelas três tentativas, mas Deus faz uma quarta chamada. Quando as três primeiras não são eficazes, volta a insistir no convite. E desta feita não chama simplesmente, mas vem, aproxima-se, fala ao ouvido, o que denota uma proximidade íntima, algo belo a comunicar.
A terminar, diz-se que não mais se ausentou depois de ter sido escutado por Samuel: «o Senhor estava com ele».
É maravilhoso percorrer o episódio nesta perspetiva: o Deus que se faz ouvir «raras vezes» (na nossa vida), esgota as três tentativas, usa uma quarta para (nos) falar ao ouvido, e quando é escutado (por nós) nunca mais (nos) abandona!
Então é verdade: mesmo quando a noite escura parece cair sobre nós, é importante abrir os olhos para perceber que «a lâmpada de Deus ainda não se tinha apagado».
E se te colocasses do lado de Deus, a tentar perceber a sua maneira de agir, de chamar, de estar presente, de se aproximar, de te acompanhar?