A graça que vence o pecado

Maria é o modelo perfeito da humanidade capaz de dar resposta sempre positiva ao amor divino; neste sentido, é o cume da humanidade que se deixa transcender pela graça de Deus. A Imaculada Conceição, além de fácil admiração, há de provocar em nós total abertura à graça divina e a consequente transformação de mentalidade e de atitudes, em busca da vida.

IMACULADA

Em pleno Advento, o dia oito de dezembro é dedicado à solenidade da Imaculada Conceição (ou Conceção) de Maria.

As origens desta solenidade remontam a uma antiga festa oriental sobre a conceção milagrosa no seio de Santa Ana que, por volta do século décimo, dá lugar à festa da conceção de Maria sem pecado original. Em 1476, Sisto IV inscreve-a no calendário romano. Alexandre VII, em 1661, proíbe qualquer doutrina contrária a tão antiga piedade. A oito de dezembro de 1854, Pio IX proclama o dogma da Imaculada Conceição de Maria.

A nossa humanidade está exposta a influências pecaminosas, mas sobretudo recebe influências positivas, graças divinas. A humanidade pode estar contaminada pelo pecado, mas sobretudo está envolvida pela História da Salvação.

A declaração dogmática expressa que Maria foi «redimida da maneira mais sublime», pela graça preveniente: «foi preservada imune de toda a mancha de culpa original, desde o primeiro instante da sua Conceção, por singular graça e privilégio de Deus, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, salvador do género humano».

A Imaculada Conceição ensina-nos que a missão de Maria, o seu propósito de vida ao vir a este mundo, como o nosso, está inscrito desde sempre no coração de Deus, a sua escolha é fruto do amor divino que salva o mundo.

Deus não evita que Maria seja tentada pelo pecado (também Jesus Cristo foi tentado). Contudo, concede-lhe a graça que permite resistir a todas as forças do mal, com as quais será confrontada ao longo da sua existência terrena.

Não se trata, porém, de uma espécie de couraça mágica que repele o pecado. O sublime amor de Deus outorgado a Maria, na conceção, converteu-se, de modo livre e consciente, em amor acolhido. Deste modo, a atmosfera pecadora não encontrou em Maria qualquer consentimento.

Maria é o modelo perfeito da humanidade capaz de dar resposta sempre positiva ao amor divino; neste sentido, é o cume da humanidade que se deixa transcender pela graça de Deus.

A Imaculada Conceição, além de fácil admiração, há de provocar em nós total abertura à graça divina e a consequente transformação de mentalidade e de atitudes, em busca da vida.