A ditosa esperança

NATAL

É Natal! O Natal já chegou!

Ao longo do Advento preparamos este acontecimento com a ‘serie’ «O Natal está a chegar!». Hoje, celebramos a esperança realizada que, por isso, se torna ‘ditosa esperança’. Deus faz-se presente. Não de uma forma abstrata ou simbólica, mas concreta e real. Deus abraça a condição humana, vem ao nosso encontro para que nós nos possamos encontrar com Ele. É Deus connosco!

O Natal é tempo de esperança

Há muitas razões para a esperança! A nossa razão não é um otimismo efêmero de quem se faz forçado, pelo menos um dia no ano, a ignorar os problemas. A razão da nossa esperança depende de um Deus que veio compartilhar a nossa existência humana. O Natal revela-nos «uma esperança confiável, visível e compreensível, porque fundada em Deus» (Papa Francisco).

Além de ser atitude ou virtude, esta ‘ditosa esperança’ é o próprio conteúdo da nossa fé, o objeto do nosso desejo. Para o cristão, não se trata de viver ‘com esperança’, mas de viver a esperança, a presença de Deus dentro de nós, na nossa vida.

O Natal é Deus connosco

O Natal faz memória do nascimento de Jesus, em Belém. É a celebração da vinda de Deus à nossa carne, à nossa humanidade. Deus vem ao mundo, nasce, começa uma existência terrena, enfrenta a novidade da condição humana. Ele quis compartilhar a nossa experiência.

O Natal não é só o aniversário natalício de Jesus Cristo. É a celebração do nascimento de Deus em cada um de nós. É também o nosso nascimento que se torna possível. Jesus Cristo continua a ‘nascer’ no ‘presépio’ do nosso coração, esse lugar único em que se torna possível saborear a presença divina. Hoje, é no nosso coração que o Menino recém-nascido se faz ‘Deus connosco’ para superar todas as nossas expetativas, para provocar em nós uma nova vida.

«Deus fez-se homem para que o homem se faça Deus. Cristo nasce para que eu nasça. O nascimento de Jesus requer o meu nascimento, que eu nasça diferente e novo, que eu nasça com o Espírito de Deus dentro de mim» (Ermes Ronchi).

O Natal é a revolução da ternura

O Natal é oportunidade para renovar os nossos desejos de uma vida melhor. O nascimento de Jesus Cristo recorda-nos que a esperança é como um semente pronta a germinar. Uma semente que precisa de ser acolhida com humildade. Uma semente de vida e de amor, de compromisso e de solidariedade. Uma semente pronta a germinar como ‘revolução da ternura’.

«Nascendo no Presépio, o próprio Deus dá início à única verdadeira revolução que dá esperança e dignidade aos deserdados, aos marginalizados: a revolução do amor, a revolução da ternura. Do Presépio, com meiga força, Jesus proclama o apelo à partilha com os últimos como estrada para um mundo mais humano e fraterno, onde ninguém seja excluído e marginalizado» (Carta Apostólica sobre o significado e valor do Presépio).

Como tornar presente o Menino Jesus ao nosso redor? Como o posso tornar presente nas relações do quotidiano, na família, no trabalho, na comunidade paroquial?

A todos um Feliz Natal de esperança e de ternura!