Encontro
24 de Dezembro de 2020Confiança
26 de Dezembro de 2020A ‘gramática’ do cuidado organiza-se em quatro princípios, em sintonia com a Doutrina Social da Igreja e o serviço de caridade vivido na prática multissecular das obras de misericórdia corporais e espirituais: «a promoção da dignidade de toda a pessoa humana, a solidariedade com os pobres e indefesos, a solicitude pelo bem comum e a salvaguarda da criação».
PAZ
Paulo VI, em 1968, inaugurou a tradição, até hoje continuada pelos papas posteriores, de oferecer, no primeiro dia do ano civil, uma mensagem para assinalar o Dia da Paz.
A ‘cultura do cuidado’ é a temática escolhida pelo Papa Francisco para inspirar a reflexão e a ação em favor da paz ao longo do novo ano: «A cultura do cuidado como percurso de paz».
A indiferença e o desinteresse pelos outros, o descarte, especialmente dos mais frágeis, e o desvio do olhar são comportamentos a ser banidos dos nossos quotidianos hábitos.
Urge converter o coração e mudar a mentalidade para construir comunidades nas quais a solidariedade e a fraternidade são os fundamentos da verdadeira paz.
«O que foi que levou a sentir o conflito como algo normal no mundo?», questiona Francisco, na mensagem para o quinquagésimo quarto Dia Mundial da Paz.
A construção da paz passa pela «disposição à compaixão, à reconciliação e à cura, ao respeito mútuo e ao acolhimento recíproco».
Cuidar dos outros, que norteou toda a vida de Jesus Cristo, há de continuar a orientar a vida dos seus discípulos missionários, afirma o Papa, depois de evocar as narrativas das origens, nas quais Deus Criador confia ao ser humano a custódia de todas as criaturas e bens criados.
A ‘gramática’ do cuidado organiza-se em quatro princípios, em sintonia com a Doutrina Social da Igreja e o serviço de caridade vivido na prática multissecular das obras de misericórdia corporais e espirituais: «a promoção da dignidade de toda a pessoa humana, a solidariedade com os pobres e indefesos, a solicitude pelo bem comum e a salvaguarda da criação».
O Papa Francisco apela que todos sejamos «profetas e testemunhas da cultura do cuidado», a base de um compromisso comum, solidário e participativo, que seja capaz de proteger e promover a dignidade e o bem de todos.
Os quatro critérios enunciados sejam a ‘bússola’ que a todos guie, as pessoas e as comunidades, as famílias e os países, as escolas e as religiões, de modo que nos seja permitido, na ‘barca’ da humanidade, vislumbrar um horizonte mais calmo e sereno, num rumo seguro e comum.